segunda-feira, 27 de junho de 2011

O PERDÃO DAS OFENSAS

REFERENCIA EVANGÉLICA:  MATEUS CAP 18 V 21, 22

Estava Jesus em conversação, à orientar seus apóstolos, quando foi interrompido por Pedro, este estava preocupado com a problemática do relacionamento, junto aos seus companheiros, então Pedro interrogou; Senhor! quantas vezes devo perdoar meu irmão dos pecados cometidos, seriam sete vezes? E Jesus responde: não te digo sete vezes mas sim setenta vezes sete vezes.

Jesus neste momento quis mostrar a Pedro e a seus seguidores que o perdão é necessário não um número limitado de vezes mas sim em quantidade compatível com a necessidade.   Este ensinamento foi catalogado pelo apóstolo Mateus em seus escritos, o que mais tarde viria o compor o evangelho de Mateus.

Mas nós como aprendizes dos ensinamentos de Jesus ainda estamos longe de praticar esse perdão tantas vezes forem necessárias, temos até mesmo dificuldade de compreender o que é de fato perdoar, confundimos o significado do perdão,  achamos que perdoar é permitir e compactuar com erros, e não é por ai, se temos um comportamento permissivo ao erro estamos sendo omissos, quando o correto seria convidar nosso irmão que está em erro a refletir sobre suas ações equivocadas.
Também podemos pensar que perdoar é esquecer a ofensa completamente, o que não é possível, pois somos dotados de memória e não é possível apagar da memória fatos ocorridos em nossas vidas, principalmente fatos marcantes, como pequenas e grandes frustrações, esse esquecimento só é possível para as grandes almas e nós não estamos incluídos neste patamar, seria hipocrisia dizer que esquecemos.   Imagine uma mãe esquecer que teve um filho brutalmente assassinado, um pai esquecer que teve uma filha violentada, uma esposa esquecer que foi traída pelo marido e vice versa.
Então como seria vivenciar o perdão com os recursos morais que temos?
Primeiro é preciso entender que, perdão não um acontecimento isolado, automático; fui ferido e imediatamente perdoei, não, não é assim, perdão é antes de tudo uma escolha, um aprendizado, um processo, uma disposição intima de vencer um obstáculo que nos prejudica, quando recebemos uma ofensa, é preciso  refletir, digerir, para em seguida poder buscar formas de não sentir magoa nem raiva, nem desejo de vingança, nem ressentimento, podendo ás vezes até conviver com a pessoa. Mas o que é mais importante é buscar compreensão e entendimento da falha do outro, entender que se o  outro falha, nós também falhamos e precisamos do entendimento dos outros, do perdão dos outros, e é perdoando que se é perdoado.
Quem desenvolve essa capacidade está trabalhando em seu benefício, promovendo a cura da alma, prevenindo doenças no corpo. Em uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia em São Francisco EUA,  para associar a influência de fatores psicológicos aos processos de diversos tipos de tumores malignos, os pesquisadores chegaram à conclusão de que  a maioria dos pesquisados tinham uma característica comum; haviam passado por traumas emocionais na 1ª idade: eram filhos de pais violentos, pais estes que descarregavam sua raiva neles , mais tarde esse indivíduo que teve, enquanto na idade infantil, uma mágoa gravada no inconsciente, novamente, já na fase adulta, um novo desgosto, uma nova mágoa, por exemplo um casamento acabado, causando muito sofrimento. A perda de um ente querido, não conseguindo assimilar a dor é mais um exemplo. Portanto, faltou a capacidade de se perdoar e perdoar aquele que lhe causou mal, desencadeando o processo tumoral.

O perdão também é caridade, a bandeira do espírita é: "Fora da caridade não há salvação", e dentro do movimento espírita, nós vemos  um exercício constante em busca de promover a caridade, é uma cesta básica aqui, é um sopão acolá, compra-se um remédio,
Doa-se roupas, brinquedos e tantos outros donativos, porém relembrando Kardec, já nos últimos dias de sua existência terrena, nos escritos  da revista espírita Dezembro 1868, ele divide a caridade em duas, a caridade beneficente, e a caridade benevolente: sendo a caridade beneficente essa, das cestas, dos remédios, do assistencialismo material  e a caridade benevolente, essa que compreende as fraquezas morais do próximo, que entende que se uma pessoa erra e nos prejudica, muitas vezes é mais por ignorância do que por maldade, é saber se colocar no lugar do outro, e isso é muito difícil, mas não é impossível , é preciso iniciar a prática, se de fato praticássemos o perdão, evitaríamos muitas coisas negativas em nossas vidas, por exemplo: vamos refletir: os hospitais, estão cheios; muitos dos que ali se encontram teve inicio de suas enfermidade pela falta de perdão, várias doenças iniciadas através dos desarranjos psicológicos poderiam ser evitadas de houvesse perdão. As cadeias estão cheias sem espaço pra mais ninguém, celas que comportam 6 com 40 pessoas ou até mais, essa realidade poderia ser diferente se houvesse o perdão, os tribunais de justiça estão super lotados de processos aguardando julgamento, a realidade seria outra se os seres se perdoassem  uns aos outros, famílias se desmantelam pela falta de perdão, de compreensão e entendimento. Desde os primeiros momentos da convivência do casal, onde se formará nova família, inicia os desentendimentos, é marido que não aceita a forma de vestir da esposa, é esposa que não aceita saídas do marido com os amigos, e , pela falta de entendimento e compreensão, mais um casamento será desfeito.
Devido a esses comportamentos do olho por olho dente por dente, ainda hoje, mais de 2000 anos depois da orientação do Mestre Jesus ainda não sabemos o que de fato é perdoar as ofensas praticadas por nossos irmãos de jornada. Nem sabemos como modificar isso.
 Você que está lendo este texto neste momento, pode fazer diferente, buscando formas de compreensão, entendimento e perdão, modificando o seu ambiente e o do próximo.

“Dificuldades todos temos, não podemos deixar faltar fé e esperança.”

Um abraço, Geraldo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário