terça-feira, 9 de outubro de 2012

O DUELO



O DUELO
Allan Kardec inseriu no capitulo  XII, do Evangelho Segundo o Espiritismo, alguns itens ditados por espíritos por intermédio da mediunidade, que contribuíram para a codificação da doutrina espírita.   Os itens 11, 12, 13, 14, 15 e 16 do citado capítulo, fazem referência  ao nosso tema e demonstram a preocupação do codificador e dos espíritos  que viveram na carne em épocas que as práticas de duelos  ocorriam com muita frequência.  A prática de duelos eram  formas de solucionar pendências entre companheiros quando em desentendimento, comprovando o estado de brutalidade em que vivia o homem naquele tempo. Discórdias de qualquer natureza eram resolvidas através desse costume bárbaro e ainda justificavam como se a prática tivesse a aprovação da divindade dizendo que o perdedor teria sido condenado pela justiça divina, a que chamavam de julgamento de DEUS.
Para melhor compreensão desses costumes precisamos recorrer à história e voltar no tempo, bem antes da prática dos duelos, que teve seu período áureo entre os anos 1200 e 1547 principalmente no meio do povo europeu, quando foi abolido pela igreja católica no concílio de Trento(1545/1563).   Antes do ano 1000 existia outra prática entre esses mesmos povos conhecido como ordálio ou ordália onde se submetia o suposto culpado a provas muito cruéis, do tipo, o “condenado” era imerso em um grande caldeirão com água fervente, sobrevivendo era inocente, pois Deus não permitiria a morte de um inocente. Com a prática do duelo o homem acreditava que estava evoluindo em suas ideias, pois do duelo um sairia vivo, na verdade pouca coisa mudou de um tempo para outro, tanto uma prática como outra evidencia a condição de pouca evolução moral do homem.   Ainda nos dias atuais podemos encontrar os mesmos traços de bestialidade na personalidade dos homens, não existindo o duelo propriamente dito, como prática de resolver suas pendências pessoais, sua  sombra ainda  escurece o coração do homem, pois mentes enfermadas pela vaidade e o orgulho planejam guerras entre nações em busca de defesas de interesses particulares.  Embora todos nós que ainda estamos envolvidos por essas chagas contaminadoras da humanidade terrena,  temos em nossa intimidade, que certamente reflete no meio onde vivemos,   nossos próprios duelos ,   ( irmão que não suporta irmão, Pais que não toleram filhos e vice versa, vizinho que não se cumprimentam, membros de uma mesma agremiação religiosa ou  social que sente prazer em ver o companheiro tropeçar nos obstáculos do caminho...) tudo fruto do orgulho que não permite compreender, tolerar, aceitar os companheiros de jornada como são.                                                                       Bem disse o espírito de Francisco Xavier (sacerdote que viveu em torno do ano 1500 na França) contribuindo na codificação espírita, vide capítulo XII  Evangelho Segundo Espiritismo item 14: “Quando a caridade for regra de conduta dos homens, eles deverão ajustar seus atos e palavras ao ensinamento de Jesus: não façais aos outros o que não queríeis que vos façam. Ai  então, desaparecerão todas as causas de desavenças e de  guerras, que  não passam de duelos entre povos!”
Boa reflexão a todos!
Abraços, do Amigo Geraldo Outubro/2012