O DUELO
Allan Kardec inseriu no capitulo XII, do Evangelho Segundo o Espiritismo,
alguns itens ditados por espíritos por intermédio da mediunidade, que
contribuíram para a codificação da doutrina espírita. Os itens 11, 12, 13, 14, 15 e 16 do citado
capítulo, fazem referência ao nosso tema
e demonstram a preocupação do codificador e dos espíritos que viveram na carne em épocas que as
práticas de duelos ocorriam com muita
frequência. A prática de duelos
eram formas de solucionar pendências
entre companheiros quando em desentendimento, comprovando o estado de
brutalidade em que vivia o homem naquele tempo. Discórdias de qualquer natureza
eram resolvidas através desse costume bárbaro e ainda justificavam como se a
prática tivesse a aprovação da divindade dizendo que o perdedor teria sido
condenado pela justiça divina, a que chamavam de julgamento de DEUS.
Para melhor compreensão desses costumes precisamos recorrer
à história e voltar no tempo, bem antes da prática dos duelos, que teve seu
período áureo entre os anos 1200 e 1547 principalmente no meio do povo europeu,
quando foi abolido pela igreja católica no concílio de Trento(1545/1563). Antes do ano 1000 existia outra prática
entre esses mesmos povos conhecido como ordálio ou ordália onde se submetia o
suposto culpado a provas muito cruéis, do tipo, o “condenado” era imerso em um
grande caldeirão com água fervente, sobrevivendo era inocente, pois Deus não
permitiria a morte de um inocente. Com a prática do duelo o homem acreditava
que estava evoluindo em suas ideias, pois do duelo um sairia vivo, na verdade
pouca coisa mudou de um tempo para outro, tanto uma prática como outra
evidencia a condição de pouca evolução moral do homem. Ainda nos dias atuais podemos encontrar os
mesmos traços de bestialidade na personalidade dos homens, não existindo o
duelo propriamente dito, como prática de resolver suas pendências pessoais,
sua sombra ainda escurece o coração do homem, pois mentes
enfermadas pela vaidade e o orgulho planejam guerras entre nações em busca de
defesas de interesses particulares. Embora
todos nós que ainda estamos envolvidos por essas chagas contaminadoras da
humanidade terrena, temos em nossa
intimidade, que certamente reflete no meio onde vivemos, nossos próprios duelos , ( irmão que não suporta irmão, Pais que não
toleram filhos e vice versa, vizinho que não se cumprimentam, membros de uma
mesma agremiação religiosa ou social que
sente prazer em ver o companheiro tropeçar nos obstáculos do caminho...) tudo
fruto do orgulho que não permite compreender, tolerar, aceitar os companheiros
de jornada como são.
Bem disse o espírito de Francisco Xavier (sacerdote que viveu em
torno do ano 1500 na França) contribuindo na codificação espírita, vide
capítulo XII Evangelho Segundo
Espiritismo item 14: “Quando a caridade for regra de conduta dos homens, eles
deverão ajustar seus atos e palavras ao ensinamento de Jesus: não façais aos
outros o que não queríeis que vos façam. Ai
então, desaparecerão todas as causas de desavenças e de guerras, que
não passam de duelos entre povos!”
Boa reflexão a todos!
Abraços, do Amigo Geraldo Outubro/2012