terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

AMOR OU DOR?


AMOR OU DOR?
Há no meio espírita, nas conversas, nos livros, uma frase que certamente é bem conhecida de todos: “Quem não aprende pelo amor aprende pela dor.” Essa frase retrata bem a realidade que vivemos, uma vez que estamos em uma experiência de aprendizagem, desde o momento que nascemos até o último suspiro em nossa vida carnal. As oportunidades de aprendizagem surgem a todo  momento. Todos os dias de nossa existência nos deparamos com acontecimentos que nos proporcionam crescimento intelectual e moral, principalmente. Quando essa aprendizagem acontece estamos cumprindo com o principal objetivo de nossa encarnação. Às vezes ficamos nos perguntando: o que eu estou fazendo nessa vida?  Parece que vim aqui só pra sofrer?  As respostas para estas perguntas são simples, pois viemos aqui para aprender e evoluir, progredir sempre.  Quando Kardec nas suas interrogações aos espíritos pergunta qual maior impedimento ao progresso (Pergunta 785 do Livro dos Espíritos), os espíritos comprometidos com o bem da humanidade então respondem: O orgulho e o egoísmo.
A partir desta resposta iremos observar que o caminho que escolhemos é determinante quanto ao nosso bem estar e felicidade e, muitas vezes, escolhemos o caminho da dor onde, inconscientemente, acreditamos estarmos corretos.
O orgulho, frequentemente, nessas situações, nos envolve de tal maneira que acreditamos estar tudo certo. Por exemplo:
-O orgulho religioso -> Acreditamos que só a nossa religião é a correta ou é a melhor, por isso nos colocamos acima dos outros que não professam a mesma crença.
-O orgulho profissional -> Estudamos muito, lutamos muito pra vencer e, então, chegamos ao topo da carreira profissional, acreditando que somos maiores que todos.
-O orgulho social. -> Fazemos parte de uma determinada camada social e acreditamos que somos maiores por isso.
-O orgulho racial. -> Quanta discriminação porque uns acreditam que sua raça é melhor que outra. (O branco que por muitos anos escravizou o negro).
Porém, para escolher o caminho do amor, distanciando do da dor, precisamos juntar todas essas faces do orgulho e substituir pela humildade. A humildade de saber que, indiferente do posto que assumimos dentro do meio onde vivemos, este será temporário e, por isso, não devemos nos considerar maiores do que ninguém. A humildade de reconhecer que estamos submetidos às leis naturais e que estas são iguais para todos.
Quanto ao egoísmo, esse nos leva a defender nossos interesses acima de qualquer outra coisa. Como já dizia Kardec, a maior marca da imperfeição humana é o interesse próprio. Achamos que as nossas necessidades são maiores que a de qualquer outra pessoa, que a minha dor é maior, que o meu problema é o mais difícil. Devido a isso, não nos permitimos enxergar que à nossa volta existem tantos problemas maiores que o nosso e que poderíamos exercitar a caridade de auxiliar os mais necessitados e a humildade de não nos considerarmos piores ou melhores que os outros. Porém, devido a essa visão limitada do eu, acabamos não fazendo a escolha correta do caminho, e fatalmente as conseqüências dolorosas serão inevitáveis.
Mas infelizmente não é só isso que o envolvimento com o orgulho e o egoísmo nos causa, devido a intimidade que temos com essas duas mazelas, vivemos aprendendo porém sofrendo.
Há momentos em nossa vida que as coisas não dão certo e ficamos irritados, com raiva, querendo vingar do mundo, visto que nada anda bem. Mas, a raiva e a irritação são venenos em nosso corpo espiritual, provocando feridas difíceis de serem cicatrizadas. Precisamos buscar a capacidade de compreensão dos acontecimentos e exercitar a paciência.
Temos momentos de medo e de insegurança , não acreditando em nossa capacidade de resolver os problemas. Assim, logo começamos a pensar que tudo vai dar errado, que o mal não tem solução, a doença não tem cura. Nisso tudo se mostra a falta de fé. Não digo falta da fé cega que entregamos tudo para Deus e não fazemos nada, é a falta da fé raciocinada que se sabe que é capaz de equacionar todos os problemas, com uso da razão. Fé é a confiança que se pode fazer a diferença e resolver nossas pendências.
Além disso, temos ainda, o velho problema da maledicência, onde vemos o nosso irmão em erro e ao contrário de buscar formas de poder auxiliar, saímos falando para todos, que aquele é um pervertido, é um descompromissado. Aqui se mostra nossa falta de indulgência para com as falhas do nosso próximo.  Perdemos, mais uma vez a oportunidade de promover a caridade e caímos no caminho da dor.
Nesse sentido, muitos dos acontecimentos da vida contrariam os nossos desejos e provocam descontentamentos e magoas. Para resolver isso procuramos formas de vingar, quando poderíamos procurar formas de perdoar e,com isso, firmamos ainda mais o caminho da dor.
Podemos citar também a vaidade que faz parte da realidade de muitas pessoas. Não estou querendo dizer que não se deve cuidar da aparência, cuidar do corpo, porém devemos estar em alerta para não dedicar todo o tempo em busca de uma aparência física, esquecendo de como nos apresentamos em espírito. Em determinados momentos é necessário exercitar a simplicidade, a humildade e a indulgência, procurando cuidar da aparência do corpo espiritual, afinal, este é quem prosseguirá a jornada de aprendizagem.
Os gestos e ações de brutalidade e incompreensão devem ser substituídos por ações de mansidão e serenidade. Sabemos que não é possível mudar tudo em um só momento, mas é necessário vigiar nossa rotina constantemente.
Todas essas opções de escolha irão determinar qual o caminho seguiremos: Do amor ou da dor?
ABRAÇOS FRATERNAIS!!
GERALDO FEVEREIRO/2012.

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